24. O VERDADEIRO AMOR DE BROMEJA

   Quando Bromeja tomou coragem e tocou a campainha do laboratório, pensava que tudo poderia acontecer – menos que Sanguinolência em pessoa fosse abrir a porta.
     A maluquinha atrapalhada quase caiu para trás ao ver o gigante novamente a três palmos de distância. Imediatamente, ela ficou pálida, os olhos se esbugalharam por trás das lentes e as pernas não quiseram se mexer – único fator que a impediu de sumir para longe.
      - Por favor, entre – convidou o ex-matador, dobrando o corpo e fazendo uma reverência desajeitada.
     Bromeja hesitou por um instante, mas, o medo era menor que o motivo de ela voltar ao laboratório. Então, a baixinha respirou fundo, deu um pulo para dentro e foi correndo para longe de Sanguinolência.
     A movimentação, claro, chamou atenção de todos. Mesmo Rimo levantou as pálpebras para conferir o que se passava. Celeste e Beterraba – que não viam Bromeja desde o incidente no abatedouro – de pronto largaram o que estavam fazendo e encheram a mulher de perguntas.
      - Onde você estava? Você está bem? Que horas você saiu do abatedouro? Onde se enfiou que ninguém te achou? Como você escapou? Por onde esteve? Com quem? Por que não voltou logo? Quando daria notícias? – foram algumas delas...
      A outra se irritou e não quis nem saber de papo.
      - Ei!!! Vocês duas! Vocês não são minha mãe, não! Não vou ficar dando explicações para ninguém!
Beterraba ficou vermelha de raiva da ingrata e ameaçou dar um empurrão em Bromeja - para ver se ela se punha no lugar! Neste instante, porém, o irmão de Sanguinolência interferiu e segurou a gorduchinha.
      - Uau! Que másculo! – pensou Bromeja com seus botões.
     Não era preciso saber ler mentes para deduzir que a maluquinha procurava um novo alvo para seu amor incontrolável! Seus olhos percorreram de cima a baixo o irmão Sanguinolência e um sorriso sincero apareceu no rosto dela. O outro até ficou sem graça.
      - Xiiiii... Vai começar de novo! – disse Celeste, sem se conter.
      Lá em cima, Margô e Sorondo começavam a se incomodar com o reboliço.
      - Vamos lá ver o que está acontecendo – sugeriu a doutora.
      Bromeja já soltava coraçõezinhos pelo ar e estava prestes a se jogar nos braços do novo amor quando o primeiro degrau do alto da escada fez nhéee ao ser pisado pelo sapato de Sorondo.
   O barulho não foi tão alto. A doidinha, entretanto, mudou a rota imediatamente, esqueceu-se do Sanguinolência mais moço e, agora, só tinha olhos para um certo mordomo: o real motivo de ela ter voltado...
     Ela abriu caminho através do círculo dos curiosos e avançou escadaria a cima. Sorondo, que caminhava no sentido inverso, no meio do caminho, estacou. Aquele jeito de adolescente, aquele fascínio repentino, aquele semblante embasbacado... Sorondo logo intuiu.
      - Ai, não! Por esta eu não esperava! – disse alto.
     Bromeja, por sua vez, não quis nem saber. Ela estendeu os braços ao mordomo e gritou para todo mundo ouvir.
     - Meu amor!!! Achei você novamente! Quero outro beijo! – e tascou um abraço no pescoço do homem, que bem tentou se defender, mas não conseguiu.
     A gargalhada foi geral e até Sanguinolência mostrou os dentes.
    - É, meu caro... Tirar o ódio do coração do grandalhão foi fácil! Quero ver agora é você fazer esta daí deixar de amar! desafiou Margô, sorrindo e dando três palminhas no ombro do amigo, que já sentia falta de ar.
     Lá embaixo, o irmão Sanguinolência – outro eterno apaixonado, vejam só! - respirava aliviado...
     - Ufa! Foi por pouco!

Um comentário:

  1. Conheci o site agora entaum naum estou familiarizada co os personagens mas a parte q eu li é muito legal, hilária, eu leria para meus filhos (se tivesse algum) tranquilamente e leria para mim tb pq sou fã de HP mesmo naum tendo mais idade para isso... Parabéns, espero q obtenha mto sucesso com a continuação da história!!!http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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