15. O NOVO AMOR DE BROMEJA

     No exato momento em que os lábios de Bromeja iriam tocar a boca da doutora, Margô colocou a mão na frente.
      - Vamos com calma, minha querida – disse a mulher dos cabelos vermelhos.
    Bromeja, porém, estava encantada. As pupilas de seus olhos transformaram-se em dois coraçõezinhos vibrantes. O sorriso ia de orelha a orelha. O coração espancava o peito de tanta emoção. Encontrara um novo amor, o amor de sua vida, quem sabe!
     - Margô, Margô, Margô, Margô, Margô... Que nome lindo! Que lindo o seu cabelo! Que lindas as suas orelhas! Que lindas as suas bochechas! Que linda a sua boca... – falava Bromeja e já ia fazendo bico para roubar outro beijo.
    A doutora olhou para os funcionários. Eles estavam em círculo, meio sem saber o que fazer. Beterraba, então, tomou iniciativa e puxou Bromeja pelo braço.
     - Vem cá. Vamos dar uma voltinha – disse a gorduchinha.
     Sorondo, que observava tudo à distância, teve uma ideia. Porém, resolveu guardá-la para si e só a revelar no momento propício. Zé acompanhou Beterraba arrastando Bromeja – contra a vontade - para o outro lado do laboratório. Baldo estava parado feito uma estátua, incapaz de entender o que estava ocorrendo. Não gostava de muitas informações ao mesmo tempo. Rimo fechara as grandes pálpebras e dormia no ombro do dono. Já Celeste, deixara o círculo e remexia papéis guardados na gaveta de sua mesa.
     - Me solta! Larga do meu pé! Ei! Ei! Ei! Quem você pensa que é? Ir e vir! Me abandona! – gritava Bromeja, no ouvido de Beterraba. A jovem ouvia os lamentos apertando cada vez mais o braço da eterna apaixonada.
     - Ai! Isso dói! Quer parar? Te processo! Chamo a Polícia! Chamo a SWAT! Ligo pro Procon! – continuava berrando a insistente mulher dos cabelos agora (mal) pintados de verde. Tanto estardalhaço fez a peso-pesado do laboratório perder a paciência. Ela juntou Bromeja pela cintura, ergueu-a do chão e a atirou num sofá velho localizado no fundo do laboratório.
      A atrapalhada tomou um susto e arregalou os olhões. Beterraba, então, tirou uma lupa do bolso, sacou os óculos de Bromeja do rosto e debruçou-se a estudar as pupilas da mulher com toda atenção.
      - Não pisque! – falou a gorduchinha, mostrando o muque para a outra, que consentiu em silêncio.

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